segunda-feira, setembro 26, 2011

Ei homem, é a ti que te fala,
Te diz, tua própria voz.

Vistes o quê? O tempo.
Sim, e jamais pôde tê-lo
Apontado.

Deite a ti; mudo, cala-te
À espera do Eu, de Eus,
De deus.

Volta homem!, que tomado de assusto
Sumiu frente aos meus olhos.

quarta-feira, setembro 07, 2011

sábado, setembro 03, 2011

Ergo com pesada dificuldade
a cabeça adentrada e

Eles me sorriem.

A cama é a desavença da mesa,
o que opõe suas similaridades.
Observo a desavença do
meu pensamento.

Eles sorriem.

As árvores se agrupam ao longo
dos anos que passaram para onde?

Meus dedos pensam que a copa das árvores
são as raízes do centro da terra e
que o perfume das flores é a putrefação
do magma de deus.

Eles sorriem com as bocas prenhes
de voz mesclada à comida salivada
babando um texto antigo, quase esquecido.
Apontam com os dedos tortos a fonte,
indicam os jardins, as minhas roupas,
o céu e a poeira odiosa dos livros.

Eu tapo os ouvidos inutilmente porque
suas vozes saltam além do buraco das bocas.
Ergo meus braços enquanto despenca
minha cabeça como se forçasse sobre ela
o peso das sementes.