terça-feira, janeiro 27, 2009

se me escapa a faca.

sempre,
os bolsos em vômito,
os buchos.

essa capa se me abarca,
anjos de ruas escuras e sujas,
dessas asas impossíveis.

e tudo se me acalma ao
prostrar-me em tuas costelas,
essa armadilha.

terça-feira, janeiro 20, 2009

para que - se um dia eu me esconder - você possa me encontrar...

...tolerando memórias,
e futuros.
a cada vez que conheço o mundo
acabo

esmiuçado


[Ontem contei,
Contei tudo que via pela frente
cheguei a contar areia, contei também os pêlos do tapete, depois as letras de um livro grosso, fui contando, os cabelos caídos no chão, contei números decifrados, contei as miligramas das coisas - minha habilidade era tamanha que não perdi e nem errei uma conta - e na hora de dormir contei escuridões a cada vez que cerrava os olhos, muitas.
De nada adiantou,
parecia haver em mim uma tromba d´água. Não, era maior, devia ser um mar revoltado, ou talver fosse maior, era uma catástrofe. E ainda não era aquilo, era deveras muito maior, uma hora achei que fosse Deus zangado]

debaixo da mesa.

sábado, janeiro 17, 2009

Interno
eu cantarolava
aquele tipo de música assim
bonitatriste
e revivia ardente - enquanto -
lugares:
e pensar que se me passeiam os pés!

que me entorno mais
se me passeiam os pés

e se me passeio enquanto
uma menina me pede dinheiro
um velho tosco se insinua pra mim
do outro lado das mesas
e quase chovia.

se me passeio?
chovia.

sábado, janeiro 03, 2009

me parece difícil

do outro lado, era ali, e nao havia ninguém
de onde dormia uma semi voz,
uma quase palavra,

seria o meu erro nascido.

letras forçadas num lugar distante

Budapeste.