quarta-feira, novembro 18, 2015

Amocão

A pele se
Abre ao
corte.
Aprofunda o tempo
Que transborda morte.

As coisas se sabem coisas.

O terrível do amor
Se sabe sorte.

O brilhonada
Do espelho nada sabe.

Sabe tem quatro letras
E será o nome do meu próximo cão
Então direi
Sabe sabe das coisas
Que eu não sei:
Por que lambe o tempo
Que espalha do corte
Vermelho

Da minha mão?



Por que não sei

quinta-feira, novembro 12, 2015

Ontem,
enquanto esquartejava legumes
a faca me escapou e
assassinou o meu pé
do rasgo instantâneo
brotou meu sumo vermelho
apressado e quente
que fugia de mim
urgente em me deixar.
Mas pra onde iria
se a cozinha é tão pequena?

domingo, novembro 01, 2015

EM TARDE SER

Entardece

Enquanto
O jato de água molha
A mão que espuma metais,
O quente da luz violaça
Azulejos.
A água bate
No canto dos dedos.

Canto:
no canto dos dedos.

Muda, a luz.
A morte nasce na pia.
Entardece milênios
Toda vez que
ausento

Enquanto me bate
A água fria.