domingo, março 18, 2007

Sempre esperei surda__agitadamente inquieta, sentada sobre as pernas da Angústia, embalada em seu colo. Esperando por ele_

Achei que deus fosse um animal superior, muito grande. Não entendia.
Constante a sensação de suspense, parecia que a qualquer minuto ele poderia arrombar nossa casa e sem pedir licença castigar a todos. Todos sem exceção, mesmo. Talvez deva-se a isto tanta devoção, tanta desculpa, culpa. Tanto esforço de minha mãe.
Nada, ainda nao vi deus
Deus nunca chegou, mas espero aninhada nos seios da Angústia
O que diria ele?
Não posso ouvir, mas se pudesse! Pode ser que também fosse surdo, ou mudo, ou cego, ou até mesmo que falasse numa língua muito estrangeira.

Venta muito.

Tenho os olhos abertos, mas cobertos, ando assustada. Uma velocidade! Oh!
Como correm da chuva essas pessoas. Gritos da correria.


Como eu gostaria de saber o segredo que sai desses aparelhos com fones para os ouvidos que as pessoas tanto escutam, todas elas! Todos os dias! O tempo todo! Será, enfim, a voz de Deus? E se então ele já houver me chamado?

Surda. Absurda. Surda.

a_b_solutamente_a_b_surda

Adormecida, acariciada pelas mão finas da Angústia