Ao olhar num relance, movimento rápido frações de milésimos de segundos, um parar exato no desespero da dor de coração, no instante do pisar em falso e estar no ar prestes a cair mas ainda se vendo vertical sobre os olhos secos dos outros, uma previsão da dor [anzol no olho do peixe] no momento certo que a lágrima se forma a partir da consciência da estreita solidão da vida, ínfimo sentimento, segurança perdida no cair de braços soltos da janela do quarto do prédio cinza, fino sentimento exposto o fio da teia de aranha.
Querido, querido, não me ponha contra a parede assim. Não me faça sentir novamente o estar de dedos frios na fronteira do precipício. Cuidado com as pistas, não as me dê assim de mãos beijadas. Não crie, tão na madrugada, no amanhecer da gente, as possibilidades do cair nos buracos infinitos do pedir [não me deixe jamais].
Deite seu rosto delicado em meu peito e escute o silêncio marcado que brota e se esvai do meu coração. Feche estes pequenos olhos embebidos, acalme o ritmo da sua bomba de amar e me aceite, mesmo sabendo que eu possuo um bêbado amor e assim sempre será.