quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Decisão

andar sobre o chão aberto de tristezas
sempre por volta das cinco da tarde
quando me lembro de quando era feliz
tento recordar o caminho.
Essa minha estrada que nao anda pra trás.
Como se acha o caminho de volta?
Eu queria estar seguro como quando era parte materna

sair significa caminhar dentro a angústia
voltar pode me ser fatal

"Vai, meu filho, para que a gente possa pegar a flor, temos que pisar na grama"

domingo, fevereiro 04, 2007

Rejunte

Pegue pedaços meus
Reorganize, vai!
Tente repor ponta a ponta

Rejunte cole
Recorte recheie de amor

Agora é polir!
Polir polir polir
Polir é a ação mais bonita que um verbo pode ter

Reponha, me vista
Me ponha a vista
Me venda à vista

Embrulhe, não chore!
Entregue o embrulho,
Embrulho de estômago,

Amor de passado
Passado ao outro
Estás livre da dor
Da dor de amor

A loja vazia
Sem nenhuma peça
A placa na porta:
“Emprega-se gente
De bom coração”

Aqui se faz gente
Juntando pedaços
Eu sofro, não minto
Mas só assim sinto
Que terei o perdão

Amor me desculpa
Nunca tive culpa
De ter só um dono
Ser preso no aço
Escravo da paixão.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

São pelos olhos mesmo que a gente chora?

olhos...

eu consigo ver a vida por uma realidade de câmera de cinema. mas também poderia estar estagnado, assim, em um plano só e então eu veria outras coisas nas mesmas coisas...
os olhos...

a toxina dos olhos escorre ardido. ardendo.
piano.
longo som de piano.
Mas é mesmo com os olhos?
como se chora em outra língua?
fico pensando que deve haver uma outra língua em que chorar seja menos dolorido; mas dolorido para quem? para os olhos...

prefiro nao me ver no espelho por esta tarde até que eu descubra.