sexta-feira, novembro 18, 2011

Entre os dedos passam
segundos entre os
livros da estante passam
séculos entre os telefonemas
anos que não nos
falamos, de sentimentos tão
universais milenares
entre, por favor, passam
horas e não te reconheço.

terça-feira, novembro 08, 2011

Envelhecem os móveis.

A madeira se preocupa
com os cupins enquanto
estes tornam-se o inconsciente
memorial de piqui niques
juras de amor à canivetes
ceras lacrimais que só soube
a árvore, outros jamais.

Observa-me um móvel.

Todos os dias limpo pequenos
grãos que expulsa
o móvel inconsciente à beira
da janela de onde vejo
de retruque aquele que
não me sai da cabeça.

Sinto a cada segundo que
sou sugado e criado pelo
pensar do móvel e que
como o cupim, tenho
amor à madeira e, imóvel,
do outro lado, envelheço
como se aguardasse a
queda do móvel ou ele

a minha.