Por onde andam os velhos? nossos mendigos? os desdentados, os depressivos, os cegos, os de boca torta, os mudos, onde os siameses? porque nascem siameses... os deformados, os amputados, ah! as putas, os deficientes, os estrangeiros, deus, e deus por onde anda? os perdidos, os paralíticos, os hermafroditas, os cancerosos, os talidomidas, os esquisofrênicos
o que te falta?
o que te falta?
o que te falta?
me fura! me fura com uma faca!
por onde andam?
estão escondidos dentro das casas? mas casa não é algo bonito? não é amor?
o que te falta?
já existiu beleza dentro de casa? qual é lugar da sujeira? onde eu escondo a dor? em casa? sob as unhas ruídas? onde eu guardo a vergonha?
quem te pede licença?
onde eu peço perdão?
Seu filho não te carinha porque não tem mãos. por onde ele anda? não faltam braços em seus abraços.
amor fábrica do inferno. quem te morde? quem te assopra?
o que te falta sobra em mim e mofa.
rútilo! rútilo! rútilo!
me fura e fecha!
3 comentários:
quero intenso, ardido e trêmulo..
dos dizeres que ouço por aí, só me fica o que me fere..
ao que falta, toca
depois que soca, sobra
sobrando, mofa
e se mofa, retoca
de tanto que até sufoca.
mas sufocado se recobra
e não vai embora
pro que en effet s'importa
muito ao contrário:
se Renova!
(Vamos ver até quando eu guento esse repente meu amigo! você tem se superado.)
com essa intensidade toda, você conseguiu dissecar os sepulcros caiados que há em nós... e ficou bom isso, esse tom meio grafite, de afronta, sem máscaras. se a gente fosse afrontado assim vez ou outra com mais freqüência, seríamos seres melhores, talvez. abração, nobre poeta!
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