compondo
intempestuoso amor
e o sol queimando tarde
pergunto a mim se um dia tudo se tornará comum
e peço que não
que o adocicado do seu corpo,
didascália perversa,
neve no andino ponto da minha carne.
mas se por acaso enlutar
de toda a raiva e ódio
um grito seco
cu
pedaço de boca na bunda
estremecidos lábios e veias luminosas
esse amar em extremo
esse estiolar de si para o outro.
prelúdios infinitos
e o cerne no oposto
das suas costas
sempre a me implorar escaladas
a noite gélida a queimar
os dedos frágeis do amor
nada mais: poucas notas
acabo como os peixes estripados pelo amor humano
Um comentário:
Queria que desse pra ouvir assovio pela internet.
Dara dum dá
Parê parê parára
Dára dum dá
Parê parê parára
Dárum dá
Dárum dá
"mas o amor sabe um segredo
o MEDO pode MATAR o seu CORAÇÃO"
(onde lê-se)
"mas o (intempestuoso) amor sabe (tarde) um segredo (comum)
o MEDO (do seu corpo) pode MATAR (no andino ponto) o seu (por acaso) CORAÇÃO (humano)"
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