sexta-feira, setembro 19, 2008

115

era eu tumultuado
tomado d'escuridão.

não saberia dizer

sublevado
das pedras filamentos
chão sujo
e derramado em mescla podre
eu via o singelo de uma telha.

quantos mexilhões!

nas noites seguintes
corri
consumindo lágrimas em externo,
voei organizado.

era eu divulgado
na beleza aparente das coisas.
mas a nota deve voltar
inchando a música com ascendentes e descendentes.
Alto grau meu bem, alto grau.

Quem se move frente a mim?

Ah!, entrega recorrente!

sofro palavras na sua nuca,
sofro salivas,
sofro translúcido,
sofro correr o infinito em brandos ventos no rosto
menino que corre sem pés.

sofro não sofro e pleno.

aquilo era apenas eu tumultuado
fazendo a entrega,
voltando à tona como um carteiro.

Depositando na caixa 115
um amor sem abreviaturas,
amor por extenso.

Um comentário:

ֹmarcos coletta disse...

a beleza aparente no sono calmo e seguro com que me deita..

e a carta a quatro mãos vai sendo escrita.