doce como deve ser doce um
estupro,
um soco em rocha,
um afundar com profunda força em travisseiros de hotel,
um dente de leão quebrado,
sem voar, que ventado
sai rodando o chão
sem vingar alturas
como um ralado
pedaço de pele
rabiscado de sangue
ou um dente de sangue
rabiscado de leão,
um estupro doce,
um planejar a vida,
um corte de faca cega,
uma blusa no varal,
um filho distoante.
Parece assim,
pareço.
sexta-feira, março 27, 2009
segunda-feira, março 16, 2009
esquírola,
essa abstração na garganta.
lasca de osso,
esse entendimento poético.
---------------------------------------
incompreensões à parte,
me fura novamente, não sopra e sai,
desde muy pequeña descobri morrer.
estilha de gente, na rua, na cama, no quentecalor e sol.
cavaco de mãe, de vó, de gente doente na rua, na cama, no quentecalor e sol.
sopapo no queixo, armábrindo gente na rua, na cama, no quentecalor e sol.
meus dedos dormentes, é gente sem dente, estupro nem tentecalor e sol.
não tenho papel, não tenho caneta, não sei escrever nem calor nem sol.
se rabisco a parede, vem da esquírola no meio das pernas, me sai pela pele:
calor e sol
calor e sol
calor e sol
calor e sol
essa abstração na garganta.
lasca de osso,
esse entendimento poético.
---------------------------------------
incompreensões à parte,
me fura novamente, não sopra e sai,
desde muy pequeña descobri morrer.
estilha de gente, na rua, na cama, no quentecalor e sol.
cavaco de mãe, de vó, de gente doente na rua, na cama, no quentecalor e sol.
sopapo no queixo, armábrindo gente na rua, na cama, no quentecalor e sol.
meus dedos dormentes, é gente sem dente, estupro nem tentecalor e sol.
não tenho papel, não tenho caneta, não sei escrever nem calor nem sol.
se rabisco a parede, vem da esquírola no meio das pernas, me sai pela pele:
calor e sol
calor e sol
calor e sol
calor e sol
domingo, março 01, 2009
Haveria traço minha ingenuidade.
Um dia passeava com sal dentro do olhar
e o sol queimando nas mãos.
Como um traçotudo.
Era meu projétil, o peito.
Uma valquíria aberta no canto.
Quase. Era quase.
Deitado nu, de lado,
coberto por estilhaços de unhas roídas.
Meu sol,
haveria traço minha ingenuidade?
[roo as unhas como se te planejasse]
Mãos de amor, manufatura.
Pensar com ferocidade. Agir com a delicadeza do fogo.
Amor ódio e aço.
É como o simples, o respirar.
Seria?
Haveria traço minha ingenuidade correndo solta.
Quase. Um dia quase. Passava.
Haveria quase traço. Quase ingenuidade.
Quase haveria.
Houve. Houve. Houve. Ouve essa valquíria aberta, a unha roendo no canto da sala.
Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som:
Respirar com ferocidade.
Um dia sem que chovesse e chovia.
Sem que andasse e movia.
Sem que respirasse e vivia.
Sem que amasse e quase.
Um dia e sempre:
Haveria traço minha ingenuidade.
Um dia passeava com sal dentro do olhar
e o sol queimando nas mãos.
Como um traçotudo.
Era meu projétil, o peito.
Uma valquíria aberta no canto.
Quase. Era quase.
Deitado nu, de lado,
coberto por estilhaços de unhas roídas.
Meu sol,
haveria traço minha ingenuidade?
[roo as unhas como se te planejasse]
Mãos de amor, manufatura.
Pensar com ferocidade. Agir com a delicadeza do fogo.
Amor ódio e aço.
É como o simples, o respirar.
Seria?
Haveria traço minha ingenuidade correndo solta.
Quase. Um dia quase. Passava.
Haveria quase traço. Quase ingenuidade.
Quase haveria.
Houve. Houve. Houve. Ouve essa valquíria aberta, a unha roendo no canto da sala.
Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som. Ouve esse som:
Respirar com ferocidade.
Um dia sem que chovesse e chovia.
Sem que andasse e movia.
Sem que respirasse e vivia.
Sem que amasse e quase.
Um dia e sempre:
Haveria traço minha ingenuidade.
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