domingo, novembro 05, 2006

Interstício

Se eu pudesse eu apagaria os sonhos. Eu apegaria aos sonhos, eu a pé ganharia os sonhos, eu a pá agarraria os sonhos. Eu, do pó gozaria os sonhos. Eu cantaria uma música muda e voaria num som infinito e lá o espaço físico estaria fora de questão. Eu pegaria um novelo e desnovelaria o tempo, desfiaria todos os sonhos de todas as avós e então choveria sobre um chão que nunca chegasse e a água se depositaria naquilo que não tem fim_______ que não tem ponto e a cada ponto desfeito da lã uma lágrima cairia de uma avó


Eu cresceria e m´abriria m´expandiria, do sonho apegado um punhado d´ar que do céu sendo eu despejaria avós encantadoras e a cada choque contra o chão inexistente um grito eu iria querer dar, mas não consigo, não consigo, e eu quero, sentir, mas não posso porque se eu gritar o sonho acaba

2 comentários:

Guilherme Côrtes disse...

acho que eu não tenho o dom de deixar comentários tão inteligentes quanto o outro pessoal. mas tudo aqui é muito próximo, sabe? comove, até...

Hen !? disse...

Muito bela a forma, muito boa a imagem, encantador o desejo. Parabens.