segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Para H.H.

Quebre-me os dedos,
e não adianta.
Corte-me a língua
e não adianta.
Tire-me o coração.
Acelerem os processos
e meus tacos soltos.
Tranque-me os cães.
Meus tanques
e o serviço diário de te amar,
Mas não adianta.
Há um sol dentro de mim:
Minhas cortinas ventiladas.
A garganta em frinchas
pelo direito de não estar.

2 comentários:

Renato Ziggy disse...

O sol dentro da gente é como a água, que queremos prender por entre os dedos, mas que acaba escorrendo por aí...

Belos versos! Inté.

Anônimo disse...

corta-me os dedos,
fura-me os olhos,
cala-me a boca,
perfura-me os tímpanos.
nada disso importa.
meu pensamento é livre
e livremente se prende a você.