Numa brecha-beira.
foi no descuido, no vão de ar inútil
que me perdeste o amor.
dictando minhas vitórias,
o sustento essencial,
que descobri um
amorborda.
E não é fácil,
nem quero dizer que superei.
e sem mais pensar em ti
me volto a mim em dobro,
esse buraco.
e o que é a mentira?
Vamos, não é uma pressão,
é autopiedade.
Antes saber da imundice
humana e ir até ao fim.
Estou viva e escrevo.
Mas estou seca. Sempre fui
e o processo acelera.
Busco ao máximo o mínimo.
odeio as preposições, os conectivos, os "Ahs", os "Ohs"...
escrever torna-se difícil,
porque busco uma linha ininterrupta
porque dizer horrores me seria mais legítimo
porque fechar os olhos me seria a exatidão
traduzir o transtorno, minha quebra da comunicabilidade,
esse estilhaço de amor não é com letra.
É espaçocor, o submundo da criação.
porque morrer todo mundo sabe, mas ninguém entende,
ninguém entende.
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