eu te desenhei flores
no corpo arisco
e hoje é minha
a tarefa de recolher as pétalas
e os botões que me florescem
pelos dias na confusão das nuvens
sim, e o largar-se gostoso do amor:
a manhã pedindo a tarde
a larva pedindo a borboleta
a gota pedindo a corredeira
a faca pedindo a carne
um beijo pedindo outro
os loucos pedindo o suicídio
e eu que te limpando as folhas mortas
desenhava um corpo agudo, a felicidade,
sobre seus pés pedindo o mundo
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