domingo, janeiro 08, 2006

Para todos aqueles que como eu

( Para ler ou viver ao som de Sin encontrarte, Tamasita Nuñez. )

Me assusta, eu-assim-tão-perto-de-mim. O som abafado vinha de longe. Eu descolado-de-mim na realidade presente, seguia a passos o longo corredor e ia aabrindo cada porta que se fazia pela frente. A mão direita seguia junto à parede, como quando se demonstra um prolongado carinho, já as unhas, essas secas e friccionantes, como quem quisesse que. A cada porta o som aumentado arrepiava minha pele agora não tão descolada, mas fui ensurdecendo. As luzes eram tais que azuis ou verde cintilante, não lembro bem. Por fim a última porta, de madeira escura e pesada. Abri. E dentro daquela sala estávam eu a e música alta. dançávamos nas pontas dos pés. Fui obrigado a me observar : era eu-descolado-de-mim. Talvez ali feliz ou sonhando ou talvez isso nem importe, pois naquele instante havia um abismo que me separava de mim. E há até hoje.

Nenhum comentário: